Flora Luzia Heberle, nascida em 04 de abril de 1958, uma altruísta predestinada. Quando Flora ainda estava na barriga de sua mãe, seu irmão sofreu um acidente grave onde comprometeu os olhos e, graças à fé, e a promessa feita a Santa Luzia, a protetora dos olhos, seu irmão recuperou a visão e Flora recebeu seu segundo nome em homenagem a Santa Luzia, a Santa padroeira da visão.
Natural de São Jerônimo, filha de Lauro Hebele e Joci de Souza Heberle, foi criada em um lugar simples chamado Rincão. Ingressou na política aos 19 anos como Secretária de Gabinete do Prefeito de São Jerônimo, cidade na qual Charqueadas era distrito. Apaixona-se e se casa com o então jovem Prefeito Dr. José Manoel Gonzáles de Souza, e logo começa a dedicar seu trabalho junto às comunidades carentes.
Na gestão do marido e prefeito eleito por Charqueadas de 1993 a 1996, a Primeira Dama Flora, ocupa sua posição no auxílio social, implementando diversos projetos e políticas públicas de inclusão, consciência ambiental e de direitos humanos. Dentre eles, um sistema de arrecadação e distribuição de agasalhos incentivando os alunos da rede municipal de ensino a participarem, premiando jovens vencedores com cursos e aperfeiçoamento em diversas áreas educacionais.
Empenhava-se também na aquisição de aparelhos ortodônticos e ortopédicos, além de remédios e mantimentos alimentícios, Flora não era apenas uma catalisadora de projetos, era também mãe, amiga para todas as horas, servidora pública e esposa.
Após o falecimento do marido, em agosto de 1998, começou a trabalhar como assessora e produtora de conteúdo a convite do jornalista e amigo, Fernando Vieira, no programa Zoom veiculado na TV 2 Guaíba, e ainda dedicar atenção a criação dos filhos, Simon de 13 e Zézinho de 14 anos na época.
No ano de 2000, seus olhos voltam a brilhar ao eleger-se vereadora, onde voltou sua atenção novamente aos trabalhos sociais. Em 2004, com a dedicação da família, obtém seu maior triunfo, pois tem o seu filho caçula seguindo os passos de seu pai, seu maior ídolo.
Em meados de 2006, fortes dores e reflexos inerentes de uma doença degenerativa, começam a abalar aquela que parecia uma mulher inabalável, pela sua garra e valentia. Foram longos anos de muitas batalhas.
No final de 2008 perdemos a Flora para o câncer, seu corpo estava fragilizado pelo tratamento, mas seus olhos devolveram a visão a quatro pacientes que esperavam por doações de órgãos, seria esta a fusão do altruísmo de Flora e a fé da promessa da Santa Luzia, que deu origem ao seu nome.
Essa é a história de mais uma brasileira, mais uma mulher, mais uma guerreira dentre tantas outras vencedoras, que muitas vezes, ao contrário desta, tem suas orgulhosas histórias escritas no silêncio.
Obrigado pela homenagem, lembranças e carinho.

Fonte: Família

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